Alexander Schallenberg foi nomeado na segunda-feira, depois que seu antecessor, Sebastian Kurz, renunciou abruptamente em meio a um escândalo de corrupção.
O ex-ministro das Relações Exteriores Schallenberg foi empossado pelo presidente Alexander Van der Bellen no palácio de Hofburg, em Viena. Schallenberg, 52, é diplomata de carreira e aliado próximo do ex-chanceler.
Kurz continuará liderando o Partido do Povo Austríaco (ÖVP), de centro-direita, e permanecerá como membro do parlamento austríaco.
Os políticos da oposição dizem que isso significa que Kurz permanecerá efetivamente no comando do país, mas com Schallenberg, que é relativamente novo tanto na política quanto no partido ÖVP, como uma figura de proa.
Pamela Rendi-Wagner, líder do Partido Social Democrata (SPÖ) de centro-esquerda, disse que Kurz permanecerá como uma figura muito influente.
No sábado, Kurz anunciou que estava deixando seu cargo, dias depois que seu escritório foi invadido por promotores austríacos que o investigavam e membros de sua equipe por suspeita de suborno e quebra de confiança.
O político de 35 anos está sendo investigado por alegações de que dinheiro do governo foi usado para garantir cobertura positiva em um jornal diário, anunciaram os promotores austríacos na quarta-feira.
Kurz disse que as alegações de corrupção contra ele eram "infundadas" e negou que ele tivesse usado dinheiro do governo para fins políticos, mas disse: "Quero abrir espaço para garantir a estabilidade".
Os partidos de oposição ameaçaram trazer um voto de censura contra Kurz no parlamento na terça-feira.
No fim de semana, Van der Bellen disse que a confiança no sistema político da Áustria foi "massivamente atingida" e que agora cabia aos políticos reparar os danos por meio de "trabalho sério e concentrado", segundo a emissora de serviço público ORF.
Resultados Manipulados
Kurz está sendo investigado ao lado de outros nove indivíduos e três organizações, de acordo com um comunicado do Gabinete do Procurador-Geral da Áustria para Assuntos Econômicos e Corrupção (WKStA).
As batidas foram realizadas em vários locais - incluindo dois ministérios do governo - na última quarta-feira como parte do inquérito, de acordo com o promotor.
"Entre 2016 e 2018, os fundos orçamentários do ministério das finanças foram usados para financiar pesquisas com motivação política exclusivamente partidária.", disse o comunicado da WKStA .
"Os resultados das pesquisas foram publicados (sem serem declarados como um anúncio) na seção editorial de um jornal diário austríaco e outros meios de comunicação pertencentes ao mesmo grupo", dizia o comunicado.
A mídia austríaca identificou o jornal diário envolvido no caso como o jornal em formato tablóide Österreich. O jornal rejeitou as acusações e negou qualquer irregularidade em vários artigos de opinião publicados esta semana.
Kurz liderou o ÖVP no governo desde 2017, em coalizão com o Partido da Liberdade de extrema direita, tendo transformado o influxo de refugiados de 2015 em uma bandeira política, o que ocasionou sua vitória nas urnas.
Ele chegou ao poder no momento em que o domínio da chanceler Angela Merkel na vizinha Alemanha parecia estar enfraquecendo. Kurz parecia ansioso para desmantelar a abordagem acolhedora aos migrantes e levar o continente por um caminho mais linha-dura, apesar de insistir regularmente em seu apoio ao projeto de união da Euorpa.
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Créditos à reportagem original da CNN, que serviu como base para esta matéria: https://edition.cnn.com/2021/10/11/europe/alexander-schallenberg-austria-new-chancellor-intl/index.html
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