O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revelou na quarta-feira um novo projeto para ajudar a Austrália a adquirir submarinos com propulsão nuclear, com objetivo de conter a China.
O anúncio veio como parte de uma nova parceria trilateral entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, que os líderes dos três países revelaram em conjunto na tarde de quarta-feira (15).
"Os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido são parceiros fiéis e capazes há muito tempo e estamos ainda mais próximos hoje", disse Biden. "Hoje, estamos dando mais um passo histórico para aprofundar e formalizar a cooperação entre todas as nossas três nações, porque todos reconhecemos o imperativo de garantir paz e estabilidade no Indo-Pacífico a longo prazo."
A parceria dá início ao que será uma longa série de compromissos diplomáticos para Biden neste outono, desde as reuniões das Nações Unidas na próxima semana até uma cúpula da Casa Branca de líderes asiáticos e as negociações do Grupo dos 20 em outubro na Itália.
Apoiando seus esforços está o desejo de reunir o Ocidente e os parceiros dos EUA na Ásia na batalha entre "autocracia versus democracia", um dos objetivos definidores de sua presidência. Biden fez do combate à China um aspecto central de sua política externa à medida que aumentam as tensões no Mar do sul da China e em Taiwan.
A nova parceria entre os EUA, Reino Unido e Austrália - três democracias marítimas de língua inglesa - não é especificamente sobre a China, insistiram as autoridades antes do anúncio. Em vez disso, eles disseram que os três países realizarão uma programação de reuniões nos próximos meses para coordenar questões cibernéticas, tecnologias avançadas e defesa em uma tentativa de atender melhor aos desafios de segurança modernos. A nova parceria se chama AUKUS, pronuncia-se "aw-kiss".
No entanto, é o movimento em direção ao estabelecimento da capacidade de submarinos nucleares na Austrália, que as autoridades disseram que permitirá ao país operar militarmente em um nível muito mais alto, que constituirá o centro do anúncio. Os submarinos nucleares são capazes de manobrar em maior velocidade e resistência, e de forma mais furtiva, do que os convencionais.
"Isso permite que a Austrália jogue em um nível muito mais alto e aumente as capacidades americanas", disse um alto funcionário do governo antes do anúncio. "Trata-se de manter a paz e a estabilidade no Indo-Pacífico."
Biden, durante o anúncio de quarta-feira, também afirmou que o estabelecimento do AUKUS é necessário porque "precisamos ser capazes de abordar o ambiente estratégico atual na região e como ele pode evoluir."
"Porque o futuro de cada uma de nossas nações e, na verdade, do mundo depende de um Indo-Pacífico livre e aberto nas próximas décadas. Trata-se de investir em nossa maior força, nossas alianças, e atualizá-las para melhor atender aos ameaças de hoje e de amanhã ", acrescentou o presidente.
Na quinta-feira, o porta-voz da embaixada dos EUA na China, Liu Pengyu, disse que os países deveriam "sacudir sua mentalidade da Guerra Fria e preconceito ideológico", de acordo com a Reuters, após o anúncio do acordo AUKUS.
Liu acrescentou que as nações “não devem construir blocos de exclusão visando ou prejudicando os interesses de terceiros”.
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Créditos à reportagem da CNN que serviu como base para esta matéria:
https://edition.cnn.com/2021/09/15/politics/us-uk-australia-nuclear-powered-submarines/index.html
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