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Foto do escritorCamila Bellato

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - Fome Zero e Agricultura Sustentável

Atualizado: 1 de set. de 2022

Com o surgimento dos ODM no começo do século XXI, o Brasil começou vários projetos sociais para conseguir erradicar a Fome e começamos a ter êxito nesse processo, com projetos sociais como o Fome Zero e o Bolsa Família que conseguiram tirar milhares de famílias da situação na qual viviam, abaixo da linha da miséria.



Duas décadas após esses projetos se tornarem exemplos a serem seguidos por muitos países e serem reconhecidos pela ONU por serem bem-sucedidos, o Brasil infelizmente voltou ao patamar da fome com mais de 30 milhões de pessoas nesta situação.


Mas erradicar a insegurança alimentar de uma população não implica somente dar uma cesta básica, e sim, desenvolver toda uma econômica circular e sustentável. Uma das frentes que podemos observar que vem trabalhando de forma comunitária é o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais e Sem Terras), que além das lutas para garantir uma reforma agraria no país, vem demostrando com a sua administração em modelo cooperativista, formas de realizar uma agricultura familiar, ecológica e principalmente produção de alimentos de qualidades e orgânicos.


O movimento é reconhecido por levar alimento de forma acessível a muitos desertos alimentares (mesmo havendo recursos o indivíduo não tem acesso a alimentos saudáveis e por falta de opções acaba consumindo alimentos ultra processados).


E quando pensamos como os alimentos chegam a nossa mesa sempre temos a impressão de que estes vem dos grandes produtores do agronegócio, mas na realidade 70% dos alimentos que consumimos vem da agricultura familiar. E quando pensamos no queridinho da vez, os alimentos orgânicos, o líder no país dessa produção é o MST com 160 cooperativas, 120 agroindústrias, 1900 associados e 400 mil famílias assentadas. Esses resultados são o reflexo das mudanças de estratégia que o MST vem adotando há 10 anos em sua produção.


Além disso durante a pandemia o MST foi responsável pela doação de mais de 6 mil toneladas de alimentos e 1,15MM de marmitas para famílias em insegurança alimentar.


Objetivo 2 das ODS


Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável


2.1 Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano.


2.2 Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acordadas internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas.


2.3 Até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à terra, outros recursos produtivos e insumos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e oportunidades de agregação de valor e de emprego não agrícola.


2.4 Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo.


2.5 Até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação e domesticados e suas respectivas espécies selvagens, inclusive por meio de bancos de sementes e plantas diversificados e bem geridos em nível nacional, regional e internacional, e garantir o acesso e a repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados, como acordado internacionalmente.


2.a Aumentar o investimento, inclusive via o reforço da cooperação internacional, em infraestrutura rural, pesquisa e extensão de serviços agrícolas, desenvolvimento de tecnologia, e os bancos de genes de plantas e animais, para aumentar a capacidade de produção agrícola nos países em desenvolvimento, em particular nos países menos desenvolvidos.


2.b Corrigir e prevenir as restrições ao comércio e distorções nos mercados agrícolas mundiais, incluindo a eliminação paralela de todas as formas de subsídios à exportação e todas as medidas de exportação com efeito equivalente, de acordo com o mandato da Rodada de Desenvolvimento de Doha.


2.c Adotar medidas para garantir o funcionamento adequado dos mercados de commodities de alimentos e seus derivados, e facilitar o acesso oportuno à informação de mercado, inclusive sobre as reservas de alimentos, a fim de ajudar a limitar a volatilidade extrema dos preços dos alimentos.


Texto escrito por Camila Bellato

​Formada em Relações Internacionais com Pós Graduação em Gestão Econômica. Especialista em Direitos Humanos e grande entusiasta das politicas públicas baseadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU).

 

Fontes:


Greg news MST: https://www.youtube.com/watch?v=kSyOcbMAzko

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