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O massacre palestino e a histeria da imprensa brasileira


Presidente Lula discursando na durante a abertura da 37ª Cúpula da União Africana, realizada em Adis Abeba, Etiópia. Foto: Reprodução
Presidente Lula discursando na durante a abertura da 37ª Cúpula da União Africana, realizada em Adis Abeba, Etiópia. Foto: Reprodução

Não se falou em outra coisa na imprensa brasileira desde o último dia 18 de fevereiro, data que durante visita á Etiópia o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, fez criticas contundentes contra as ofensivas genocidas de Israel na Palestina. O presidente discursava e lamentava o corte do envio de recursos de países ricos para ajuda humanitária em Gaza, quando nesse trecho de sua fala ele citou  “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus."


A fala causou alvoroço, e a imprensa brasileira não fala em outra coisa. O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou a fala do presidente e convocou o embaixador brasileiro para explicações. O presidente Lula por sua vez não baixou o tom e convocou o embaixador de Israel para dar explicações, além disso chamou o embaixador brasileiro em Israel de volta ao Brasil.


Não é a primeira vez que o presidente brasileiro critica a ofensiva genocida israelense, que segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, já matou mais de 30 mil pessoas dentre elas mais de 10 mil crianças. Cidades inteiras foram dizimadas e houve diversas cobranças por parte do Brasil por um cessar fogo. É lamentável ver que a cobrança do presidente brasileiro para um cessar fogo cause mais indignação em alguns setores da imprensa brasileira do que a morte de mais de 30 mil pessoas. A miséria tem assolado aquele território, já que para que o genocídio israelense seja eficaz, as pessoas também são expulsas de seus lares como consequência dos ataques e submetidas a fome e a miséria, haja visto que a ajuda humanitária não consegue chegar e as que chegam não são suficientes.


O político Israelense se aproveitou do momento para tentar se passar por mocinho e transformar o líder brasileiro em vilão, já que Israel está cada vez mais isolado no cenário internacional devido a forma como tem atacado cruelmente os moradores da Faixa de Gaza, com a justificativa de eliminar os terroristas do Hamas. Milhares de crianças ficaram órfãs, perderam suas famílias e seus lares e estão morrendo de fome pois a ajuda não chega. Além de jogar baixo com fake news sobre o presidente do Brasil, o primeiro ministro de Israel também conclamou líderes mundiais a condenar as falas do presidente, mas pelo visto não teve êxito, já que não houve nenhum movimento internacional nesse sentido, acenando que o País segue isolado.


A África do Sul já havia ingressado com uma denuncia á Corte Internacional de Justiça de Haia acusando Israel de genocídio na Palestina, lembrando que a denúncia conta com apoio do governo brasileiro, que é um país defensor e mediador da paz. O que se enxerga da fala do presidente Lula é que a intenção era abrir caminho para que outras lideranças mundiais também condenem o genocídio causado na Palestina, para que ocorra um cessar fogo e seja criado e reconhecido o Estado da Palestina.



Texto escrito por Ivo Mendes

É ativista e militante há mais de 12 anos em pautas antirracistas e no combate às desigualdades sociais no Brasil. Retirou o medo do seu vocabulário, por isso é um sonhador por essência e entusiasta por sobrevivência. Formado em Gestão da Tecnologia da Informação, passou pela vida política da Baixada Santista e atualmente trabalha na área administrativa e integra a equipe de colunistas do Portal Águia.



Revisão por Eliane Gomes

Edição por Eliézer Fernandes

 


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