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Esquerda de lá, direita de cá, e o povo segue firme tomando no centro

Não está fácil para ninguém. E quando digo ninguém, eu quero dizer os nossos.

Pobreza faz com que mais de 270 mil pessoas vivam com menos de meio salário mínimo no RJ (Imagem: Reprodução / Google)
Pobreza faz com que mais de 270 mil pessoas vivam com menos de meio salário mínimo no RJ (Imagem: Reprodução / Google)

O povo, aquele que passa de 3 a 4 horas por dia em transporte público. O que vive para trabalhar e trabalha para sobreviver.


Num país onde virou moda ter político de estimação, falar de política já não tem mais o mesmo significado.


Um lado finge se importar, o outro claramente não se importa e os que ficam em cima do muro seguem sendo apedrejados pelos dois lados.


O jogo político está longe de ser a salvação do povo. Isso não significa que a gente não deva lutar pelos nossos direitos, mas quer dizer que o foco precisa ser outro.


Na troca de um governo para outro, seja bom ou seja ruim, você goste ou não, no final quem paga sempre é a gente.


Um pouquinho que o país piore é automático no final da linha o aumento de desemprego ou o preço dos produtos no mercado. Quem paga somos nós, sempre foi, independente de quem esteja no poder.


Rua de terra em um bairro de comunidade no Brasil.

Até os que possuem boa intenção vão ter dificuldade para fazer algo, não depende só deles. Rezar para que a política não piore e agradecer o pouco que melhorar.


Mas esse não deve ser o jogo do povo. Devemos acompanhar, nos informar e fazer nossa parte, mas colocar toda a energia nisso é desperdício e não vai trazer resultado real para a gente que está todo dia fazendo o país funcionar.


Não vai ser uma única grande liderança que vai fazer toda a diferença. Pode até aparecer um novo Martin Luther King, um Gandhi ou quem sabe um Malcolm X, mas qual a chance?


Depender disso seria maluquice. Antigamente um discurso em praça pública alcançava, 20 mil, 50 mil, 100 mil pessoas.


Hoje um discurso em praça pública alcança 1 milhão, 2 milhões, 10 milhões por causa da internet.


Não precisamos de uma única liderança, precisamos de pequenas lideranças. Centenas de pequenas lideranças, milhares de pequenas lideranças.


Não precisa necessariamente ser nas empresas, nem no planalto. Essa liderança pode ser muito mais simples.


Por mais difícil que seja, a informação hoje chega para uma bolha muito maior da população do que era 20 anos atrás.


Hoje qualquer pessoa com um celular e internet na mão consegue acessar conteúdos que antes só a burguesia acessava.


“Ah, mas acessar não é o suficiente, uma boa parte não teve estudo para conseguir entender esses conteúdos.”


Verdade, acessar está longe de ser suficiente. Esse conteúdo precisa ser mastigado e colocado de bandeja para o povo.


O rap fazia e ainda faz muito isso, levar a reflexão e o conhecimento de forma simplificada. Porém é limitado.


É difícil fazer um som ensinando o menor a se portar numa entrevista ou a se comunicar melhor.


As demais lideranças servem para complementar esse trabalho de levar conhecimento ao povo. Os poucos que conseguirem furar a bolha, devem orientar as pessoas ao seu redor.


Essa pequena liderança pode e deve começar dentro de casa, mesmo com coisas simples.

Já que dependemos do SUS e do transporte público, por exemplo, precisamos aprender a viver o dia a dia de forma menos estressante.


Um moleque que aprende a treinar em casa e consegue motivar sua mãe a treinar junto, é um trabalho de prevenção.


Reduz a chance dela precisar ir ao médico ou de gastar com remédios. Isso está ao nosso alcance.


Com o dinheiro contado, não sobra muita opção no mercado, porém é possível aprender a reduzir o açúcar, a gordura, o sódio.


Esse tipo de conhecimento chega para alguns de nós, apenas precisamos facilitar e espalhar.


Aos poucos melhoramos também o sono, a inteligência emocional, os conflitos familiares e por aí vai.


Não é da noite para o dia, mas já conseguimos fazer essa liderança em nossas casas, com outros familiares e com amigos.


“Esquerda de lá, direita de cá, e o povo segue firme tomando no centro” — Djonga

“Eu toco no tema do racismo de uma forma mais direta, mais forte. Falo algumas coisas literais, faço algumas provocações um pouco rudes, mas que são necessárias para as pessoas refletirem e saírem do lugar de conforto”, explica Djonga,  um dos maiores nomes do rap no Brasil
“Eu toco no tema do racismo de uma forma mais direta, mais forte. Falo algumas coisas literais, faço algumas provocações um pouco rudes, mas que são necessárias para as pessoas refletirem e saírem do lugar de conforto”, explica Djonga, um dos maiores nomes do rap no Brasil

O povo não precisa continuar tomando no centro. Se o povo for pelo povo, é possível fazer mudanças que estão ao nosso alcance.


Algumas mudanças não custam dinheiro e fazem bastante diferença, nos dá mais liberdade.


Depois, conforme alguns dos nossos conseguirem ter empresas lucrativas, nós também conseguiremos ditar a qualidade dos empregos e do respeito ao trabalhador.


Não precisamos ter pressa, apenas precisamos começar. Afinal, já são mais de 500 anos nessa ladainha e nossos netos não merecem herdar guerra nenhuma.


Muita fé e progresso pra nós!



Texto escrito por Fellipe Barcelos

Barcelos é Influenciador Digital, cria de quebrada e lidera um movimento para pessoas que desejam ser melhores para si e para sua família. Acredita que o conhecimento salvará o povo e atualmente é colunista do Portal Águia.



Revisão por Eliane Gomes

Edição por Eliézer Fernandes

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